indÓlência...
Hoje comecei a pensar em retomar minhas atividades "internáuticas". Andei meio distante da web e não sabia porque. Hoje, lendo o VanOr, descobri o que vem me acomentendo e me mantendo afastada deste blog: a indólência baiana (escrito assim mesmo para ter sotaque).
A Bahia é boa demais... É massa! Onde todo homem é "meu rei" e toda mulher "minha rainha". Onde o alfabeto tem "lê", "mê", "nê". E onde a indólência toma conta da gente, mesmo à distância. Isso! Foi isso que aconteceu comigo! A indólência se apoderou do meu corpo e tá custando a sair.
Me lembrei de algumas histórias que ouvi ou vivi nestes 15 anos que minha mãe mora lá.
A que mais gosto aconteceu há uns 10 anos quando fui ao Arraial D'Ajuda com o então meu noivo e sua mãe (aquele ser temível chamado "sogra"). Fomos de carro (sim, encarei 15 horas de carro com a sogra falando na minha cabeça). Saímos do Rio de tarde e chegamos em Porto Seguro de manhã. Fomos direto para a balsa (para quem não sabe, tem que atravessar o Rio Buranhém de balsa para chegar ao Arraial). Naquela época, a balsa não tinha horário marcado e só saía quando estivesse cheia (o que podia levar 15 minutos ou 3 horas). Pela Lei de Murphy, levou... 3 horas, é claro! Sol nas idéias, corpo torto de tanto ficar sentado, sogra continuava a falar na cabeça. Achei um pretexto para sair um pouco de perto dela:
- Estou com sede. Vou comprar um coco. Alguém quer?
E a bruxa:
- Não gosto de coco. Não tem nada melhor?
- Deve ter, mas eu vou comprar um coco.
Fui até o garoto do coco.
- Bom dia! Tem coco?
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
-Tem.
- Oba! Tá gelado?
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
- Tá.
- Oba! Me vê um, por favor?
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
- Olhe, minha rainha, o coco dele ali é mais doce e mais gelado que o meu.
E bocejou.
Acho que ainda vou ficar assim mais um pouquinho. vai dar um trabalho levantar...
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