a primeira tattoo a gente nunca esquece...
Resolvi fazer uma tattoo. Usei a desculpa de uma cicatriz que tenho na perna, mas na verdade, comcei a me sentir uma sem-tribo por ser uma sem-tattoo (brincaderinha!). Queria mesmo cobrir uma cicatriz e achava fútil fazer plástica. Coisa de perua, sabe? Comecei a amadurecer a idéia. O mais incrível: minha mãe começou a alimentar a idéia. Mas isso não é papel de mãe, mesmo de mãe de uma jovem senhora como eu...
E o que faço com o medo da tattoo?
Medo de quê, Maria Paula?
O medo da dor encabeça as 3 primeiras posições no ranking. Depois vem o medo de desistir no meio do processo porque eu sou covarde à vera. Aí a gente desenrola a lista do medo: de cansar da tatuagem, de ficar feio, de escolher um desenho porque é bonitinho e descobrir que não tem nada a ver comigo etc. Como diria o Lenine: Medo! Que dá medo que medo que dá!
A paranóia era tanta que comecei a fazer umas tatuagens de henna para testar a sensação de ter uma mancha na minha perna maior do que a cicatriz que quero cobrir. Num domingo de sol, passou um carinha daqueles com catálogos gritnado: "Tattoo de henna! Baratinho! Tattoo de henna!"
Pronto! Fiz!
Ao cabo de duas semanas, estava passando uma bucha com sabão para tirar aquela lagartixa que subia na minha perna e me fazia ter pesadelos.
Comecei a navegar em zilhões de sites de tattoo para descobrir que tipo de imagem eu teria no meu corpo para sempre. No meio de um bate-papo cheguei à conclusão que tudo na vida passa, mas ser carioca é pra sempre! Mas qual de tantas paisagens tão lindas? São tantas! Well, o Pão de Açúcar foi escolhido. Não está concorrendo a entrar para o rol das Sete Maravilhas do Mundo (aliás votem no Cristo, please) mas está em primeiro no meu coração.
Heinen (um artista de primeira linha, diga-se de passagem) e eu sentamos juntos e discutimos que tipo de tatuagem seria. Ele, em apenas poucos segundos, como só um gênio consegue, e desenhou um belíssimo Pão de Açúcar com barquinhos na baía.
Outra novela se deu. Entre ter o desenho e resolver fazer a tatuagem rolaram umas seis semanas... As dúvidas britavam na minha cabeça: Onde vou fazer? Com quem? Vai doer? Minha mãe pode segurar minha mão?
Liguei para uma loja de tattoo e quem atende? Um indivíduo chamado Bomba! Que medo! Não posso fazer uma tatuagem com um cara chamado Bomba! O cara deve ser mal encarado...
O Bomba estava ocupado quando cheguei na loja. Levei meu desenho e tive uma decepção: a tatuagem não ia resolver o problema da minha cicatriz. E o que faço com toda a preparação psicológica e psicótica que fiz durante esse tempão?
- Por que não tatua as costas? Não precisa ser grande. E juro que não vai doer. Não vai levar nem 10 minutos...
Entrei na loja para tirar dúvidas e saí tatuada...
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