maria gasolina
Depois que comecei a escrever aqui, percebi que tenho várias histórias na saga pela busca de amor (amor?).
É assim que se encontra o verdadeiro amor?
Entre as minhas várias empreitadas profissionais (fui até bancária, acreditem se quiser!), trabalhei um tempo para uma empresa de tv a cabo no Rio Comprido. Era trânsito pra ir, trânsito pra voltar. Passava mais tempo no carro do que nos butecos (ha!ha!ha!). Para piorar as coisas, o som do meu carro estava pifado. Eu precisava achar alguma distração urgente para passar o tempo. Não podia ficar falando no celular. Há anos acumulo multas por falar ao telefone dirigindo. Passei a observar os carros, modelos novos e modelos antigos, seus motoristas e seus hábitos. (Vocês não tem noção da quantidade de motoristas que enfiam o dedo no nariz quando não sabem que estão sendo observados!)
É. Cada louco com sua loucura. Comecei a tentar achar um padrão para o emplacamento dos carros. Modelo x letras. Vocês sabiam que até um tempo atrás só o município do Rio tinha a letra "L" e os demais municípios do estado "K"? Pois é. Esse foi o primeiro passo.
O segundo foi quando consegui associar o ano do carro à segunda letra da placa. E aí começou a parte divertida do engarrafamento: se eu ia ficar lado a lado por um tempão com um desconhecido e se o desconhecido fosse bonitinho, eu poderia pelo menos saber se ele era bom partido. Nunca selecionei minhas amizades pela conta bancária, mas a gente não está falando de amigos, né? A gente está falando de um completo estranho. Não custa adotar uns critérios...
A placa da foto é de Floripa, então não posso fazer uma leitura dela pra vocês.
Deixa eu contar uma das minhas aventuras no trânsito. Eu voltava à noite do trabalho. Estava tudo parado na Lagoa (é claro!). Olhei para os lados. Nenhum guarda. Liguei para a Ilana. Estávamos falando futilidades quando percebi que um homem maravilhoso numa pick up cabine dupla azul marinho estava emparelhado comigo e não tirava os olhos de mim.
- Ilana, preciso desligar! Tem um cara maravilhoso me azarando no trânsito e acho que ele vai pedir meu telefone. Só dou depois que vir a placa. Te ligo daqui a pouco.
O trânsito andou um pouco e ele me deu passagem com um sorriso... Bom, passei. Agradeci. O engarrafamento se dissipou misteriosamente (como sempre!) e ele me ultrapassou voado. Olhei a placa, é óbvio. Hummm! Carro novo... Me deu passagem de novo. Entrei no Jardim de Alá. Ele entrou também e atravessou a pick up na rua. Abriu a janela:
- Me dá seu telefone senão não libero a rua!
Dei. Fazer o quê, né? Pensei: Se ele me chamar para um chopp, vou sugerir o Guapo Louco porque conheço o dono e qualquer problema, estou protegida.
Ele me liga:
- Que tal tomarmos um chopp no Guapo Louco?
Caracas! O cara lê pensamento!
- Claro! Vou estacionar o carro e te encontro na porta.
Parei o carro em casa (o bar fica a um quarteirão) e fui até o bar. Encontrei o dono, Jacaré, na porta.
- Oi Maria Paula! E aí? Veio para o aniversário da Nathalie?
- Não, mas vou dar um beijo nela. (Eu mal conhecia a Nathalie.)
Aí vejo aquele homem alto, gatíssimo vindo na minha direção. E o Jacaré:
- Eduardo! Que bom te ver! Veio para o aniversário da Nathalie?
- É hoje? Não me lembrava...
Entramos. A Nathalie não entendeu nada. Ela caiu em prantos quando nos viu chegando juntos. Teve que ser consolada pelas amigas. Ele era ex-namorado da Nathalie.
Foi um balde de água fria. A coisa desandou ali mesmo.
Digo e repito: o Rio é uma ostra!
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