speed dating
O problema de ser uma pessoa curiosa é que às vezes a gente se sujeita a umas coisas, quer dizer, a umas roubadas sem tamanho. Eu já contei sobre a minha aventura "internáutica" de encontrar meu par perfeito, mas mesmo assim eu insisto. Dizem que errar é humano mas, insistir no erro é burrice... Sei lá.
Li, uma vez, numa revista semanal (talvez Veja ou Isto É) sobre essas agências de encontros. Na reportagem havia os telefones de contato e sites. Não me lembro do nome da agência, portanto vou me referir a ela como Speed Dating, que é o nome do tipo de negócio que as donas vendem.
O negócio é o seguinte: você entra no site e se cadastra. Preenche um formulário enorme sobre si, seus gostos, hobbies, hábitos, etc e sobre quem você busca. Aí você vai a uma entrevista. Nessa entrevista eles te colocam sob uma luz de interrogatório, encaram você com a sombrancelha esquerda ligeiramente elevada e perguntam:
- Quais são as suas intenções? O que você espera do encontro?
Aí surge o primeiro problema: como é o encontro? Vou ter que usar uma flor amarela no meu vestido para ser identificada? Vou sozinha? E se o cara for um serial killer, um assassino em série?
Acho que a cara que eu fiz pôs um freio na velocidade em que ela falava. Ela estava com pressa. Havia muitas entrevistas marcadas. Nossa! Como o povo tá desesperado! O mercado tá difícil mesmo! Ela parou, respirou e começou a me explicar:
- Após sua entrevista, faremos uma análise do seu perfil e assim que tivermos um grupo onde você melhor se encaixa, avisaremos. Os grupos são de 8 mulheres e 8 homens. Sempre marcamos em algum bar ou restaurante. Oferecemos um cocktail para os candidatos relaxarem. Inicialmente, temos uma mesa só para as mulheres e uma só para os homens. Depois as mulheres vão para suas mesas individuais e os homens se sentarão à sua frente e os casais terão breves entrevistas de 5 minutos cada.
- Hummm. Acho que entendi. Parece, assim, um rodízio de homens?
A expressão no rosto dela foi impagável. Acho até que ela ficou meio ofendida. Eu transformei a agência dela em uma churrascaria canibal...
E foi exatamente assim: sentamos todas juntas e começou a fofoca à base de espumante. De repente vira uma delas e me diz:
- Você não é a Mary da Wise Up Centro? Eu tive aula com você! (Eu já trabalhei na escola do Centro...)
Pronto! Lá se foi meu anonimato.
- Ei! Espera aí! Você é amiga do Guilherme...
Bum! Mais uma!
Quase me levantei e fui embora, mas eu tinha a sensação que ia ser muito divertido e resolvi ficar.
Começou o rodízio. A gente sentou às mesas distribuidas em "U" com uma cartelinha onde escrevia o nome do cidadão e se gostaria de ter novo contato com ele. A cada cinco minutos um homem novo sentava à nossa frente. Quando se passavam os cinco minutos, tocava uma sineta "plim" dessas de hotel de filme, sabe?
Não me lembro de ninguém interessante, apenas que um cara olhou pra mim e falou:
- Você não malha na Ibeas?
Socorro! Não se pode mais fazer nada escondido?
Definitivamente, o Rio de Janeiro não é uma cidade. É uma ostra. Ainda mais quando se é famosa. É dose...
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