segunda-feira, julho 24, 2006

racionamento de energia

lampadas


Quem se lembra da época do racionamento de energia? E quem conseguiu esquecer? Era um tal de desliga coisa, troca lâmpada dicroica por fluorescente, o chuveiro elétrico, então, era um vilão. Ar condicionado? Nem pensar! Um luxo! Tudo para chegar às suas metas, alumas completamente pertinentes outras impossíveis. Quem chegou, chegou. Quem não chegou, virou inimigo do Estado.

O lado bom do racionamento? A gente aprendeu a economizar e usar a energia de maneira inteligente. Nossa! Nunca soube que tinha tanta tralha ligada em casa!

O lado ruim? Horas e horas pensando, tentando descobrir o que a gente não precisava muito para poder desligar. E não é que a gente precisava muito de tudo? O que você descobriu que precisava muito só depois que desligou?

Eu descobri que meu ar condicionado era muito mais do que um simples (e maravilhoso, e espetacular, e amado) aparelho de refrigeração. Ele me separava de um mundo que eu nem lembrava mais que existia: os vizinhos! Eu odeio vizinho. Acho que eles nasceram para incomodar você pedindo açúcar na melhor parte daquele filme que você alugou, fez pipoca e abriu uma cerveja. Eles também vêm pedir açúcar quando você resolve namorar fora do horário que eles acham que você deveria estar namorando, quando eles acham que você tem o direito de namorar. Como odeio vizinhos, não tenho mais açúcar em casa. Nem vem pedir, porque não tem!

Mas, voltando ao ar condicionado, ele era meu melhor amigo: me mantinha longe dessa corja. Aí veio o racionamento e tive que dar umas férias ao meu melhor amigo (Feliz dia dos amigos, arzinho, meu amor! Feliz dia 20 de julho!) e descobri novos vizinhos. Ou melhor, eles esqueceram que não havia mais ar ligado, nem na casa deles, nem na de ninguém.

Era uma noite de verão daquelas que a gente derrete, daquelas que a gente amaldiçoou várias vezes durante aquele verão racionado. Acordei por volta das 03:00 suada, agitada, o coração batendo forte e um calor que não era de verão. Fiquei tentando me lembrar que sonho era aquele que tinha me deixado assim. Não conseguia me lembrar. Droga! Estava muito bom para eu acordar assim. Quero mais!

Fez-se silêncio. De repente descubro que não era um sonho caliente a origem daquele calor: era o vizinho do prédio ao lado com uma mulher. Gemidos, bate-coxa, cachorrão pra lá, cachorrão pra cá e várias instruções obscenas: enfia aqui, bota ali, tira, abre, fecha etc. Uau! O cara parecia bom e, cá entre nós, acho que a velharia aqui do meu prédio estava gostando porque ninguém acendeu nenhuma luz, nem reclamou de nada. Acho até que eles devem ter tentado algo...

sex 3

Mas eu preciso admitir que fiquei com vontade de bater na porta do cara no dia seguinte. E se ela fosse a vizinha e ele o convidado? Achei melhor ficar quietinha no meu canto e não me meter em confusão

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