segunda-feira, agosto 28, 2006

policia federal

pcerj


Hoje eu não vou escrever nenhuma historinha ou crônica. Hoje escrevo sobre o que todos nós estamos cansados de saber sobre a nossa polícia. É sempre aquele blá, blá, blá. Está em todos os jornais. A gente sabe como andam as coisas. Em teoria. Apenas alguns de nós, como eu, tiveram a oportunidade de comprovar como anda a nossa justiça.

Tenho um processo criminal rolando. Calma! Sou vítima e não ré. E já fui algumas vezes à Polinter para depor ou acompanhar minhas testemunhas. Sempre fui muito bem recebida, na hora marcada e dentro do possível conforto.

Quando entramos naquele prédio, damos de cara com uma dura realidade: vidros quebrados, piso com buracos, fios desencapados, paredes descascadas. Como pode a autoridade da nossa cidade combater a criminalidade, as injustiças e ser leal à sociedade se os caras não têm um ambiente adequado? Calma! Tem mais!

Em conversa na delegacia, fiquei sabendo que cada policial contribui com R$30,00/ mês para que o ar condicionado possa ser ligado, que eles fizeram uma vaquinha para poder passar uma rede pelas dependências da delegacia e poder acessar o sistema interno da polícia, que o computador era seu particular, que a impressora também era e que ele tinha que comprar o papel e a tinta da impressora para os depoimentos. Os caras praticamente pagam para trabalhar. Não é a toa que o nosso sistema tenha se tornado corrupto. Não é a toa que temos um mercado negro para os serviços da justiça.

E há mais. Muito mais!

E, infelizmente, não posso gritar tudo o que queria. E talvez este texto seja apenas um sussurro. E um dia quem sabe, muitos sussurros virem um grito.

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